quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

UEM esclarece contornos do novo currículo


A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) vai dar hoje uma conferência de imprensa, na qual irá esclarecer os contornos da “polémica” reforma curricular em curso naquele estabelecimento de ensino superior. A reitoria da universidade considera que tem havido, nos últimos tempos muita desinformação em torno do processo.
O professor Firmino Mucavele, um dos membros do Gabinete da Reforma Curricular, é a pessoa indicada para prestar tais esclarecimentos, a meio da tarde de hoje.

Os pontos de divergência

A UEM pretende, com o novo currículo, abolir a licenciatura e introduzir o bacharelato, que deverá ser feito em três, e mais dois anos para mestrado. Esta reforma irá abranger todos os cursos ministrados naquela instituição.

Ora, é este o ponto que a Ordem dos Engenheiros, dos Médicos e dos Advogados contestam.

A Ordem dos Engenheiros, por exemplo, argumenta que os padrões internacionais para a formação de um engenheiro, plasmados no Washington Acoord, definem quatro anos como tempo mínimo para a formação dos profissionais da área.

Foi na sequência disso que a Ordem dos Engenheiros enviou uma carta à direcção da Faculdade de Engenharia a manifestar o seu descontentamento e a ameaçar retirar a acreditação que a UEM tem para a formação de engenheiros no país, advertindo que não vai aceitar registar bacharéis como engenheiros, uma vez que o tempo mínimo para a formação de um engenheiro ultrapassa os três anos propostos pela UEM.

E, como não está claro como será a formação complementar do bacharelato para se ter o grau de mestre e, consequentemente, completar a formação de engenheiros, a Ordem dos Engenheiros ameaça não acreditar os técnicos formados pela UEM, porque, segundo a carta que temos vindo a citar, os mestrados devem manter uma base larga de formação.

O documento refere que olha com preocupação para a tendência de redução de aulas teóricas, e adverte que para mestrados será difícil formar engenheiros de concepção de projectos sem a teorização e em dois anos.

A agremiação diz, por isso, temer que a principal escola de formação de engenheiros no país deixe de formar técnicos tendo como referências os mais padrões internacionais de conhecimento e capacidade, pois entende que os moldes de formação propostos pela UEM devem ser aplicados em outras instituições com menor responsabilidade.

Por outro lado, a acreditação que a Faculdade de Engenharia tem actualmente refere-se apenas ao currículo anterior e não se estende ao novo currículo, daí que a ordem adverte que poderá retirar a acreditação que a UEM tem para a formação de engenheiros, caso não se requeira nova acreditação.

O outro ponto é que os novos currículo da UEM ferem a lei 5/2003 que rege o ensino superior, segundo a qual, as universidades só podem atribuir o grau de mestrado a quem tiver licenciatura e nunca bacharelato.

Daí que esta lei deverá ser submetida à alteração pela Assembleia da República, para acomodar as pretensões da Universidade Eduardo Mondlane, sob pena de se ferir a actual legislação. (Até porque o governo aprovou hoje a alteração da tal Lei...)
Fonte: Jornal O País,por Francisco Mandlate, Quarta, 11 Fevereiro 2009 10:07


Segundo o Presidente da AEU, Jobe Fazezanda tem esperanças que depois dessa conferencia de imprensa tudo ficara esclarecido, e a pessoas perceberam o que a o UEM pretende fazer no País, sendo a primeira universidade a introduzir esses padroes de ensino e a estar integrado com os outros Paises da região.

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