Director: Rogério Sitoe. Maputo, Sexta-Feira, 3 de Outubro de 2008
A partir do próximo ano : UEM adopta sistema de três ciclos de ensino
Os críticos ao sistema, entre estudantes e docentes, defendem que o mesmo irá baixar a qualidade de ensino, mas a UEM, reunida desde ontem nos Pequenos Libombos, em Boane, província do Maputo, decidiu avançar, já a partir do próximo ano.
Simultaneamente, a mais antiga instituição de Ensino Superior do país vai introduzir um sistema de graus de acessível leitura e comparação, promoção da mobilidade de estudantes e docentes.
O sistema de três ciclos basear-se-á no modelo europeu, com vista a facilitar a mobilidade e empregabilidade dos estudantes após a formação. Em alguns casos funcionará o modelo de Mestrado Integrado, em que, para reconhecimento pelas ordens profissionais, os estudantes efectuam uma formação correspondente ao 1º e 2º ciclos, mas recebem, ainda assim, o diploma de licenciatura no final do 1º ciclo.
Quanto à mobilidade estudantil, nacional e estrangeira, no interior de um ciclo de estudos, o estudante pode frequentar um semestre numa universidade e, mudando de ciclo, realizar um segundo ciclo integral em outra universidade.
Segundo Filipe Couto, Reitor da UEM, este modelo de ensino possibilita ao estudante, no final do primeiro ciclo, ingressar no mercado de trabalho ou continuar uma especialização de segundo ciclo.
Estas transformações enquadram-se no chamado Sistema de Bolonha, onde os Estados europeus assumem o compromisso de criar, até 2010, um Espaço Europeu de Ensino Superior, com vista a facilitar a mobilidade e a empregabilidade dos alunos na Europa.
A história do Sistema de Bolonha começa com a assinatura da Declaração de Sorbonne, em 1998, pela Alemanha, França, Itália e Reino Unido. No ano seguinte, em Bolonha, na sede da mais antiga universidade do mundo, a iniciativa contava com a participação de 29 países. Actualmente, 45 nações implementam este modelo de ensino, tido como o mais moderno e facilitador.
O encontro da UEM que hoje termina está a discutir a Reforma Académica no Ensino Superior e Integração Regional para os dirigentes da instituição. Pretende-se também definir e concertar estratégias internas de implementação do Quadro Nacional de Qualificações do Ensino Superior, do Sistema Nacional de Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior, do Sistema de Acumulação e Transferência de Créditos Académicos no Ensino Superior.
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