sexta-feira, 19 de março de 2010

Banco de Moçambique discute inflação com estudantes da UEM

No âmbito das celebrações do 35º aniversário do Banco de Moçambique (BM), a instituição está a promover palestras sobre matérias económicas em diversas instituições do ensino superior no país.

Ontem, foi a vez da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), que acolheu uma palestra subordinadoa ao tema “Determinantes da Inflação em Moçambique”. O evento contou com mais de uma cenena de participantes, entre estudantes e docentes da faculdade de Economia.

O tema, apresentado por Jamal Omar, um quadro do BM, entre vários aspectos, levanta os principais factores que influenciam nas taxas de inflação no país.

Factores Que Influenciam A Inflação

Omar destacou os seguintes factores: o preço dos produtos no mercado internacional; a taxa de câmbio, as variações do Produto Interno Bruto do país e a abertura da economia.

O factor preço dos bens no mercado internacional constitui uma fonte de pressão inflacionária, visto que Moçambique é um país que vive, até certo ponto, de importações.

Pode considerar-se como exemplo concreto desta situação o facto de o “disparar” de preços na vizinha África do Sul se ressentir em Moçambique.

Por outro lado, está a taxa de câmbio que, pelo elevado índice de “dolarização” da economia nacional, influencia em grande medida nos preços das exportações.

Abertura Da Economia

Em relação à abertura da economia, Omar apresentou a seguinte equação: quanto maior for a abertura da economia maior é a vulnerabilidade da taxa de inflação.

No que concerne à importação de produtos, Omar entende que o país deve apostar na produção dos bens importados como forma de reduzir a dependência e, consequentemente, a vulnerabilidade à flutuação da taxa de inflação.

Como Combater O Aumento Da Inflação

Questionado sobre as medidas que o executivo podia tomar para reduzir os índices de inflação elevados, Omar começou por desdramatizar o facto de, ano passado, o país ter registado uma média de 3,5 em termos de taxa de inflação e, para este ano, prever-se 9,5%.

Apesar da previsão apontar para uma distância de apenas cinco décimas do alcance dos dois digitos na taxa de inflação, Omar afirma que ainda assim estaremos dentro dos parametros definidos pelo governo, segundo os quais a taxa de inflação não deve exceder um dígito.

Entretanto, Omar eximiu-se de deixar qualquer sugestão com vista à redução da vulnerabilidade do país à flutuação da taxa de inflação.

Fonte: Jornal o Pais, Quinta, 18 Março 2010.

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